PF realiza operação em SP contra suposto esquema de sonegação e lavagem de dinheiro em grupo financeiro

Ações são desdobramentos da Operação Descarte, iniciada em 2018, que apura rede organizada para sonegação fiscal, fraude em licitações e evasão de divisas. Ao todo, 29 mandados de busca e apreensão são cumpridos em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Polícia Federal faz operação contra corrupção e lavagem de dinheiro

A Polícia Federal em São Paulo realiza, nesta quinta-feira (29), duas novas fases da Operação Descarte, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina por meio de uma rede de empresas de fachada.

No total, estão sendo cumpridos 29 mandados de busca e apreensão nos municípios de São Paulo, Santana de Parnaíba, Vargem Grande Paulista, Jaguariúna, Belo Horizonte, Nova Lima, Machado, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Em São Paulo, os alvos são pessoas ligadas a uma empresa pública federal. Em Minas Gerais, o Banco BMG e membros de sua diretoria também são alvos de mandados de busca e apreensão.

Em nota, o Banco BMG declarou ter sido “surpreendido com uma operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal. A princípio, a investigação se destina a apurar a suposta prática de crimes contra o sistema financeiro nacional e contra a ordem tributária, atribuída a determinados dirigentes do Banco, ocorridos entre 2014 e 2016. A instituição também tomou conhecimento de que a Vara Criminal determinou o afastamento do exercício de qualquer atividade de Márcio Alaor de Araújo e Marcus Vinícius Fernandes Vieira no Banco e no grupo BMG.”

O comunicado acrescenta ainda que o Banco BMG “desconhece qualquer prática dos ilícitos investigados e permanece à disposição das autoridades para colaborar com as apurações, fornecendo todos os esclarecimentos necessários. O Banco reforça o compromisso de sempre atuar de forma transparente, pautado nas melhores práticas de governança corporativa e em conformidade com toda a legislação aplicável.”

Segundo a PF, uma das ações, denominada Operação Silício, visa confirmar a existência de um grupo criminoso envolvido em delitos de sonegação fiscal, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitações e evasão de divisas.

Conforme apontam as investigações, entre 2011 e 2016, um escritório de advocacia especializado em lavagem de ativos teria estruturado e executado um plano para uma empresa do setor de tecnologia, com a finalidade de reduzir tributos, devolver valores em espécie e promover evasão de divisas.

Parte desse montante teria sido direcionada ao pagamento de propina a funcionários da Ceitec — empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) — para que ela contratasse a referida companhia de tecnologia.

A segunda ação, denominada Operação Macchiato, outro desdobramento da Operação Descarte realizado nesta quinta-feira, tem o objetivo de desmantelar outra organização criminosa. Os suspeitos estariam envolvidos na prática de crimes contra o sistema financeiro nacional, sobretudo gestão fraudulenta e desvio de valores de instituição financeira, além de crimes contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro, ocorridos entre 2014 e 2016.

Conforme as apurações, os investigados teriam desviado valores utilizando contratos fictícios de prestação de serviços. Há indícios de que parte desses recursos desviados foi destinada ao pagamento de propina a agentes políticos.

A Justiça Federal ordenou o sequestro de aproximadamente R$ 100 milhões em bens e o afastamento de dois diretores da instituição financeira prejudicada pelos desvios.

Histórico

A Operação Descarte consiste em uma força-tarefa formada por policiais federais, auditores fiscais da Receita Federal e por um procurador da República do Ministério Público Federal em São Paulo.

No dia 22 de outubro, novos desdobramentos da operação tiveram como alvos auditores fiscais da Receita Federal.

A investigação teve início a partir da delação premiada do doleiro Alberto Youssef, figura central da Operação Lava Jato.

A 1ª fase da Operação Descarte, deflagrada em março de 2018, mirou um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro supostamente liderado por uma concessionária responsável pela limpeza urbana na cidade de São Paulo.

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